Morte de Muammar Kadafi abre nova era para a Líbia

20-10-2011 11:57

 

O anúncio feito pelos rebeldes sobre a morte de Muammar Kadafi nesta quinta-feira em Sirte, sua cidade natal, abre uma nova era para a Líbia, colocando um ponto final na revolta que começou de forma pacífica há pouco mais de oito meses.

No terceiro dia do início dos protestos, o regime de Kadafi contestou os manifestantes com tiros, o que se transformou imediatamente em uma guerra civil, que causou milhares de mortos e mais de um milhão de refugiados. Um capítulo que atingiu seu ponto máximo nesta quinta-feira.

Kadafi, que tinha paradeiro desconhecido desde agosto, disse preferir morrer a abandonar o poder, e cumpriu com a promessa após outros milhares de mortos.

Fatos mais importantes da Revolução na Líbia:.

Fevereiro.

Dias 15 e 16. - Começam as primeiras revoltas na Líbia. Dois mil manifestantes protestam em Benghazi (reduto da oposição) pela detenção de um ativista de direitos humanos e contra os governantes corruptos. São feridas 38 pessoas e duas morrem em Al Bayda.

Dia 17.- Os protestos se estendem no chamado 'dia da cólera'. O Exército começa a utilizar artilharia.

Dia 19.- O Exército dispara contra manifestantes em Benghazi e são registrados enfrentamentos em Misrata.

Dia 21.- Os opositores controlam Benghazi e Jalu. Alguns membros do Exército começam a desertar.

Primeira deserção de um membro do regime: o ministro da Justiça renuncia e os imãs das mesquitas convidam à luta.

Dia 22.- Kadafi diz que não abandonará o poder e está disposto a morrer.

A fronteira com o Egito fica sob controle dos opositores.

Começa o isolamento internacional de Kadafi: a liga Árabe suspende a participação da Líbia em suas reuniões.

Dia 23.- Um membro líbio do Tribunal Penal Internacional enumera em 10 mil os mortos desde o início dos protestos.

Dia 25.- A União Europeia acorda sanções e os Estados Unidos congelam os ativos de Kadafi e sua família.

Dia 27.- A ONU aprova sanções contra Kadafi, bloqueia seus bens no exterior e impõe o embargo de armas.

- A oposição anuncia a criação de um Conselho Nacional de Transição (CNT).

- Cerca de 100 mil refugiados fogem para as fronteiras com a Tunísia e o Egito.

Março.

Dia 2.- Kadafi ameaça 'milhares de mortos' se os EUA ou a Otan entrarem na Líbia.

Dia 3.- O Tribunal Penal Internacional anuncia que analisará Kadafi e outros membros de seu regime por supostos crimes de lesa-humanidade.

Dia 9.- Tropas pró-governo reconquistam Al Zauiya e rebeldes pedem ajuda internacional.

Dia 10.- Tropas de Kadafi lançam grande contra-ofensiva contra os rebeldes em Ras Lanuf.

Dia 11.- A UE considera o rebelde Conselho Nacional de Transição (CNT) como um 'interlocutor político'.

Dia 12.- A Liga Árabe reconhece o comando rebelde.

Dia 17.- A ONU aprova a resolução 1973 para tomar 'todas as medidas necessárias' para proteger a população civil, embora exclua a intervenção em solo líbio.

Dia 19.- Após a 'Cúpula de Paris', começa a intervenção militar.

Dia 20.- É imposta uma 'zona de exclusão aérea'.

Dia 21.- A força internacional bombardeia Trípoli, destrói um edifício do palácio de Kadafi e consegue que suas tropas se retirem de Benghazi.

Dia 22.- Acontecem divergências na Otan sobre seu papel nas operações. Um acordo prevê a utilização de meios navais para aplicar o embargo de armas.

Dia 27.- A Otan assume as operações.

Dia 29.- Conferência Internacional de Londres concorda em criar um grupo de contato.

Dia 30.- O ministro de Relações Exteriores líbio abandona o país.

Abril.

Dia 7.- Ataque aéreo da Otan causa 50 mortos em Brega.

Dia 10.- A Otan empreende a maior ofensiva em três semanas na qual morrem dezenas de leais a Kadafi em Ajdabiya.

Dia 19.- A ONU consegue abrir um corredor humanitário.

Dia 30.- A Otan bombardeia instalações de Kadafi novamente, e afirma que matou seu filho pequeno e três netos.

Maio.

Dia 8.- Tropas de Kadafi continuam com seus ataques em todas as frentes abertas, sobretudo em Misrata.

Dia 16.- O Tribunal Penal Internacional solicita uma ordem de detenção contra Kadafi e seu filho Saif por supostos crimes de lesa-humanidade.

Dia 24.- Um novo ataque da Otan em Trípoli, o maior desde o início de suas operações, causa 19 mortos e 150 feridos, todos civis.

Dia 28.- A Otan ataca os arredores do palácio de Kadafi durante o dia. De acordo com o regime, 11 pessoas são mortas.

Junho.

Dia 7.- Os rebeldes tomam o controle de Yafran, a 100 quilômetros de Trípoli.

Julho.

Dia 1.- Cerca de 1,2 milhões de pessoas fugiram desde o início do conflito.

Agosto.

Dia 9.- São mortos 85 civis em uma incursão aérea da Otan no leste de Trípoli.

Dia 10.- A UE aprova a quinta rodada de sanções contra Trípoli.

Dia 20.- Os rebeldes anunciam estar próximos de Trípoli, após terem tomado o controle de Brega e da refinaria de Zawiyah, principais fontes de energia do regime.

Dia 21.- Os rebeldes controlam Trípoli, exceto o palácio de Kadafi.

Dia 22.- Kadafi continua com paradeiro desconhecido. É divulgada a detenção de dois filhos do líder líbio, entre eles Saif al-Islam.

Dia 23.- Os rebeldes controlam Trípoli.

Apesar do anúncio rebelde, Saif al-Islam se apresenta em liberdade em um hotel de Trípoli.

Setembro.

Dia 22.- O Conselho Nacional de Transição anuncia a tomada do controle de Sebha, uma das três principais fortificações nas mãos de tropas pró-Kadafi.

Outubro.

Dia 17.- Centenas de milicianos tomam Bani Walid, a penúltima fortificação pró-Kadafi.

Dia 20.- O CNT líbio anuncia a libertação de Sirte, última fortificação pró-regime, e a morte de Kadafi. EFE

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